O Rio de Janeiro é uma cidade vibrante, rica em história e cultura. Entre suas muitas heranças, a africana é uma das mais significativas, moldando a identidade cultural da cidade de forma profunda. Neste artigo, exploraremos a herança africana no Rio, destacando o samba, a capoeira e outros aspectos importantes que contribuem para a riqueza cultural da cidade.
## **Introdução**
A herança africana no Rio de Janeiro é um legado que se estende por séculos, resultado do tráfico negreiro que trouxe milhares de africanos para o Brasil. Essa diáspora africana teve um impacto profundo na formação da sociedade brasileira, influenciando a música, a dança, a culinária e a arte. O Rio de Janeiro, em particular, é um berço das tradições afro-brasileiras, com bairros como a Gamboa, o Santo Cristo e a Saúde sendo conhecidos como a “Pequena África”.
### **A Pequena África**
A Pequena África é um termo dado pelo sambista Heitor dos Prazeres para a região que abrange os bairros da Gamboa, do Santo Cristo e da Saúde. Essa área é ocupada por uma população majoritariamente negra e é um ativo turístico pela herança ancestral. O Cais do Valongo, Patrimônio da Humanidade, é um dos principais marcos históricos da região, representando a chegada dos africanos ao Brasil. O Cemitério dos Pretos Novos e a Pedra do Sal também são pontos importantes, mostrando o tratamento indigno dado aos escravos e a resistência dos povos africanos, respectivamente[1][3].
## **O Samba: Uma Expressão Cultural Africana**
O samba é uma das principais expressões culturais africanas no Rio de Janeiro. Originado nas rodas de samba das comunidades negras, o samba é uma forma de música e dança que reflete a história e a cultura dos africanos no Brasil. Durante o carnaval, as escolas de samba apresentam sambas-enredo que celebram a herança africana, como o exemplo do samba-enredo da Mangueira em 2019, “Histórias Para Ninar Gente Grande”[5].
### **Rodas de Samba**
As rodas de samba são espaços onde a música e a dança são vivenciadas de forma intensa. A Pedra do Sal, localizada na Zona Portuária, é um dos principais locais para as rodas de samba. Lá, multidões se reúnem para ouvir e dançar ao som das baterias e das vozes das cantoras. Essas rodas são não apenas um espaço de entretenimento, mas também um lugar de celebração da cultura africana e de resistência contra as injustiças históricas[3].
## **A Capoeira: Uma Arte Marcial e Cultural**
A capoeira é outra expressão cultural africana que se desenvolveu no Rio de Janeiro. Originada nas comunidades negras, a capoeira foi usada como instrumento de resistência ao sistema de escravidão e como forma de controle territorial. No século XIX, a capoeira se tornou uma prática comum entre os escravos e os “ao ganho”, aqueles que trabalhavam nas ruas da cidade[2].
### **História da Capoeira no Rio**
A capoeira no Rio de Janeiro teve seu auge durante o Segundo Império, quando as maltas (grupos de capoeiristas) se proliferaram. No entanto, com a Proclamação da República em 1889, a capoeira foi inserida no Código Penal Brasileiro, e muitos capoeiristas foram presos e deportados. Sampaio Ferraz, chefe de polícia, foi o responsável pela campanha que desterrou os capoeiras da cidade, rompendo o elo fundamental da reprodução cultural da arte[2].
### **Grupos de Capoeira Moderna**
Após o desmantelamento das maltas, a capoeira teve que se reconfigurar. Grupos modernos de capoeira começaram a surgir na década de 1930, liderados por mestres como Mestre Bimba e Mestre Pastinha. No Rio de Janeiro, grupos como o Centro de Cultura Física Regional (CCFR) e o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA) contribuíram para a organização e expansão da capoeira[4].
## **Outros Aspectos da Herança Africana**
Além do samba e da capoeira, a herança africana no Rio de Janeiro é expressa em muitos outros aspectos da cultura local.
### **Culinária Africana**
A culinária é uma das formas mais diretas de expressar a herança africana. Pratos como o feijoada, o moqueca e o acarajé são exemplos de como a culinária africana foi incorporada à cozinha brasileira. A Gamboa, um dos bairros da Pequena África, é conhecida por suas delícias culinárias afro-brasileiras[3].
### **Arte e Arquitetura**
A arte e a arquitetura também são expressões importantes da herança africana. O Cais do Valongo, por exemplo, é um Patrimônio da Humanidade e um dos principais marcos históricos da região. Além disso, a Pedra do Sal é um ponto de resistência e celebração, simbolizando a história dos povos africanos no Brasil[1].
### **Educação e Cultura**
A educação e a cultura são instrumentos fundamentais para a preservação e valorização da herança africana. O Centro Cultural José Bonifácio, localizado na antiga escola da Freguesia de Santa Rita, é um grande centro de referência da cultura negra. Lá, atividades culturais e educacionais são realizadas para promover a compreensão e o respeito pela herança africana[1].
## **Valorização da Herança Africana**
A valorização da herança africana no Rio de Janeiro é um desafio constante. A prefeitura do Rio incluiu o Novembro Negro RIO no calendário oficial da cidade, com programações que incluem palestras internacionais, cursos de capacitação e rodas de samba. Além disso, o projeto vencedor do concurso para o Centro Cultural Rio-África será construído próximo ao Cais do Valongo, promovendo a exposição e o debate sobre a herança africana[5].
### **Projeto Território Inventivo Pequena África**
O projeto Território Inventivo Pequena África é uma plataforma digital que busca catalogar eventos e personagens marcantes da herança africana na região. Com mais de 1.200 pontos no mapa interativo, o projeto permite que os visitantes tenham acesso às principais informações históricas e culturais da área. Esse projeto é uma reparação histórica e um instrumento para salvaguardar o patrimônio cultural africano[5].
## **Conclusão**
A herança africana no Rio de Janeiro é um tesouro cultural que precisa ser preservado e valorizado. O samba, a capoeira e outros aspectos da cultura africana são expressões vivas da história e da resistência dos povos africanos no Brasil. Ao visitar a Pequena África, os turistas têm a oportunidade de experimentar diretamente essa riqueza cultural, participando de rodas de samba, visitando marcos históricos e aprendendo sobre a história dos povos africanos no Rio.
### **Call-to-Action**
Se você está interessado em explorar a herança africana no Rio de Janeiro, considere visitar a Pequena África. Além disso, participe dos eventos culturais e educacionais que promovem a valorização dessa herança. Junte-se à comunidade que celebra a cultura africana e ajude a preservar o patrimônio cultural que faz do Rio uma cidade tão vibrante e rica.
## **FAQs**
**Q: Qual é a importância da Pequena África no Rio de Janeiro?**
A: A Pequena África é um berço das tradições afro-brasileiras no Rio, com bairros como a Gamboa, o Santo Cristo e a Saúde sendo ocupados por uma população majoritariamente negra. É um ativo turístico pela herança ancestral e abriga marcos históricos como o Cais do Valongo e a Pedra do Sal[1][3].
**Q: Como a capoeira foi influenciada pela escravidão?**
A: A capoeira foi usada pelos escravos como instrumento de resistência ao sistema de escravidão e como forma de controle territorial. Ela se desenvolveu no meio urbano, especialmente nas cidades portuárias que receberam grande contingente de africanos escravizados, como o Rio de Janeiro do século XIX[2].
**Q: Quais são os principais eventos que celebram a herança africana no Rio?**
A: Alguns dos principais eventos incluem as rodas de samba na Pedra do Sal, as comemorações do Novembro Negro RIO e as exposições no Centro Cultural Rio-África, que será construído próximo ao Cais do Valongo[5].
**Q: Como posso participar da valorização da herança africana no Rio?**
A: Você pode participar visitando a Pequena África, participando de rodas de samba e eventos culturais, e apoiando projetos que promovem a valorização da herança africana. Além disso, pode se informar sobre a história e a cultura africana através de recursos como o projeto Território Inventivo Pequena África[5].
Esperamos que este artigo tenha proporcionado uma visão profunda e detalhada da herança africana no Rio de Janeiro. Lembre-se de que a preservação e valorização dessa herança são fundamentais para entender e celebrar a riqueza cultural da cidade.